Uma holding familiar é uma entidade jurídica criada para centralizar a propriedade e a gestão de ativos e investimentos de uma família.
Este tipo de estrutura é frequentemente utilizado para organizar e proteger o patrimônio familiar, facilitar o planejamento sucessório e oferecer vantagens fiscais.
Um dos principais critérios para a escolha de uma holding familiar está ligado a empresas familiares, que podem sofrer profundamente com a morte de seus fundadores e gestores sem que haja um plano prático e legalmente seguro de sucessão.
Até porque dados mostram que cerca de 75% das empresas familiares no Brasil fecham após a morte de seus fundadores(consultoria PwC). Por outro lado, cerca de 90% das empresas brasileiras são empresas familiares. Cruzando essas duas informações temos um cenário no qual, especialmente para famílias donas de empresas, a criação de uma holding é de fundamental importância.
Porém não é apenas para gestão e sucessão de empresas familiares que holding são válidas. Toda gestão do patrimônio pode se tornar mais simples e segura na transição entre gerações quando há regras e gerenciamento de bens via holding.
Benefícios de se ter uma holding familiar
A holding familiar centraliza a administração de ativos e bens de uma família, como propriedades imobiliárias, participações em empresas, ações e investimentos diversos. Esta centralização traz uma série de benefícios significativos:
Eficiência administrativa
A consolidação dos ativos em uma única entidade jurídica facilita o gerenciamento e a supervisão do patrimônio. Isso permite uma visão global e integrada dos ativos, simplificando decisões estratégicas, como vendas, aquisições ou reinvestimentos.
Transparência e controle
Com a holding familiar, há um aumento na transparência e no controle sobre os ativos. Registros financeiros centralizados e relatórios periódicos proporcionam uma compreensão clara do status do patrimônio, o que é essencial para a tomada de decisões informadas.
Administração profissional
A estrutura da holding permite a incorporação de gestores profissionais no controle dos ativos, o que pode trazer uma perspectiva mais objetiva e técnica para a administração do patrimônio.
Planejamento Sucessório Simplificado
A holding familiar simplifica significativamente o processo de planejamento sucessório.
A transferência de bens através da holding familiar evita a necessidade de processos de inventário, que podem ser demorados e onerosos. Em vez disso, a sucessão pode ser gerenciada de forma mais ágil e eficiente por meio da transferência de ações ou quotas da holding.
Além disso, ao estabelecer claramente a divisão de ativos e a forma como serão gerenciados após a transição, a holding familiar pode minimizar disputas entre herdeiros, assegurando uma transição harmoniosa e em conformidade com a vontade do patriarca ou da matriarca.
Proteção de ativos
A proteção dos ativos é outra vantagem crucial das holdings familiares.
Primeiramente, a estrutura da holding permite separar os ativos empresariais e pessoais, protegendo o patrimônio familiar contra riscos legais e financeiros associados às atividades empresariais.
Vantagens fiscais das holdings familiares
Dependendo da legislação aplicável e da estruturação da holding, pode haver oportunidades para redução da carga tributária, especialmente no que se refere ao imposto sobre transmissão de bens.
Com uma visão centralizada dos ativos, a holding familiar permite um planejamento fiscal mais estratégico e eficaz, potencialmente reduzindo a incidência de impostos sobre rendimentos e ganhos de capital.
Em suma, a holding familiar é uma estrutura robusta e estratégica que oferece vantagens significativas em termos de gestão patrimonial, planejamento sucessório, proteção de ativos e eficiência fiscal. É uma ferramenta indispensável para famílias que buscam preservar e otimizar seu legado para as futuras gerações.
Aspectos legais e estruturais de uma holding familiar
Ao criar uma holding familiar, é crucial considerar sua estrutura legal e fiscal. Isso inclui a escolha entre uma sociedade limitada (LTDA) ou uma sociedade anônima (S/A), cada uma com suas características e implicações legais e fiscais específicas. A estrutura escolhida dependerá dos objetivos e necessidades da família.
A holding deve ser formalmente registrada e todas as transferências de bens para a holding devem ser devidamente documentadas.
Ainda, é fundamental estabelecer práticas claras de governança corporativa para assegurar a gestão eficaz e transparente do patrimônio, ainda que a direção da holding mude ou que haja transferência de ativos.
Devido à complexidade das questões legais e fiscais envolvidas, é fundamental buscar a orientação de um advogado especializado, de modo que a holding seja formada e gerida de forma a efetivamente proteger o patrimônio e o planejamento sucessório.
Para mais informações e orientação personalizada sobre a criação e gestão de uma holding familiar, entre em contato com o Ana Teixeira Advocacia Empresarial.